Como preparar arquivos para impressão digital em grandes formatos.

Na verdade, você tem dois caminhos a seguir, o tradicional e o novo. O tradicional segue a linha de produção offset, na qual você vai finalizar seu arquivo todo em CMYK dentro do formato postscript (.eps ou .pdf). Mas, para você tirar todo o potencial deste método, tanto em cor como em resolução, é necessário que entre a criação e a pré-impressão haja uma linha de produção fina, interligada em todos os sentidos, como demonstro abaixo:

• Criar um perfil ICC de entrada da sua máquina – Você deve ter em sua empresa um espectrofotômetro para criar perfis com a gama de cores da sua máquina, de acordo com cada mídia, para instalar nos programas de criação.
• Fornecer esse ICC para a criação – Com o perfil em mãos, os profissionais de criação saberão exatamente a capacidade de cores que poderão utilizar nas artes e, assim, trabalharão o arquivo totalmente em CMYK, de acordo com sua saída.
• Finalizar o arquivo em TIFF/CMYK para imagens – Toda imagem bitmap deveria ser finalizada nesse formato e sem compactação.
• Finalizar em EPS/PDF para arte com vetores e imagens – Finalizando em postscript EPS, obrigatoriamente todos os vetores devem estar em CMYK.
• Configurar o RIP com os perfis criados para saída – Com um espectrofotômetro, você calibra perfis ICC para todas as mídias que usa, inclusive com a possibilidade de colocar máquinas diferentes funcionando com a mesma gama de cores, baseada na escala CMYK real.
• DPI correto para cada tamanho impressão – Dessa maneira se padroniza a quantidade de resolução de acordo com o tamanho do impresso, usando a relação de quantidade de resolução de acordo com a aproximação focal, vista em capítulos anteriores.

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Mas, na verdade, não é essa a realidade encontrada no processo produtivo digital no Brasil hoje em dia, que, na minha opinião, nasceu errado. A forma como se produz é bem parecida com o processo offset, tentando parametrizar ao máximo o processo de produção. Na verdade, essa era a única fonte de informação disponível para o nosso setor de como trabalhar com imagens impressas.

Essa variação depende única e exclusivamente da capacidade criativa de produção de cada operador digital. Observe que, mesmo tendo a impressão offset como espelho produtivo, a forma como se faz impressão no Brasil seguiu uma própria linha, tentando achar a sua realidade. O que encontramos hoje na maioria dos bureaus de impressão é o seguinte processo:

• Poucas empresas criam seus ICCs – Isso ocorre pelo fato de pouquíssimas terem um espectrofotômetro em sua produção, ficando assim difícil estudar a gama de cores de suas impressoras. Mesmo que tivessem um, o mercado não proporciona uma fidelidade na compra de mídias, pois, com a guerra de preços cada vez maior, muitos empresários compram o substrato mais barato, muitas vezes sem nem saber qual a sua marca.
• Criação utiliza CorelDraw + Photoshop – A combinação desses softwares, se não houver muito conhecimento do que se está fazendo, pode gerar resultados infelizes. A grande maioria dos arquivos impressos digitalmente é feita no Corel, software que é excelente para a produção em gráficas rápidas, mas para impressão profissional, em modo geral, necessita que o operador tenha total domínio dele.
Criação em CMYK genérico (swop, Euroscale) – Se você não conhece a gama de cores de sua máquina, a criação acaba trabalhando em CMYK limitada por perfis de cor quaisquer, como o Swop, por exemplo. Vimos em imagens anteriores um comparativo entre o espaço de cores Swop e o de uma máquina de impressão digital, que possui mais tons de azul, verde e vermelho, que não se obtêm sem um estudo correto com um espectrofotômetro.
• Conversão de imagens RGB para CMYK genérico – Por praxe, tudo deve estar em CMYK, mesmo sem conhecer a gama de cores de sua máquina, convertendo em cmyk cmyk genérico, novamente.
• Utiliza-se TIFF ou JPEG na finalização – Há uma tendência em crescimento do formato JPG para impressão, mesmo este não sendo o ideal.
• Configuração RIP geral de fábrica – Muitos operadores não exploram configurações diversas para um impresso no RIP, nem mesmo o personalizam por mídia.
• Rip configurado com limites de tinta e densidade – Quando há alguma configuração, geralmente é apenas de limite de tinta, usado para todo tipo de mídia.
DPI de acordo com o gosto do cliente – Ultimamente tem crescido o número de impressos digitais em grandes formatos com 720dpi, inclusive para outdoors.

Informações:

http://photos.com.br/qualidade-na-impressao/

Autor: Adriano Medeiros (proprietário da Pixel Dots Treinamento e Consultoria em Criatividade Digital)

Texto originalmente publicado no livro “Grandes ideias requerem grandes formatos”. Todos os direitos são reservados ao autor e a Editora Photos.